A ARQUITETURA DA FÉ DO RIO GRANDE DO NORTE - Castelo do Zé dos Montes em Sítio Novo

Nas terras da Serra da Tapuia, seu Zé do Monte encontrou o cenário adequado pra realizar sua grande obra. Com essa história surreal, passou a pregar no interior do Nordeste o poder das rochas e ganhou o apelido de Zé dos Montes. Começou a construção do castelo em 1984, mas sempre tem uma reforma a ser feita.
O castelo é simples, rústico, porém de uma beleza extraordinária.

Os labirintos são acrescentados aos poucos e parece que dificilmente se contentará com o fim da construção, que não segue uma simetria de estilos ou de materiais. As torres pintadas de cal branco lembram os castelos europeus, ligeiramente remetem-se a Gaudí, arquiteto Catalão (1852-1926)e também o Castelo dos Mouros, de fundação mulçumana, datado século IX em Cintra, Portugal. Porém, percebe-se que o objetivo do seu Zé dos Montes não era realizar uma obra de arte arquitetônica como o famoso arquiteto Gaudí ou com a interminável “Sagrado Coração”, e sim, apenas homenagear Nossa Senhora a qual era devoto.

Seu Zé dos Montes também mora numa casa que foi construída em cima de uma grande pedra onde permanece por vários dias. Não há energia elétrica, nem água encanada. Próximo ao castelo fica uma casa simples onde mora o caseiro do lugar, que se apresenta como filho adotivo e diz que o castelo está à venda. O que nos pareceu, foi que o caseiro não entende bem a devoção do seu Zé dos Montes para com Nossa Senhora e aos Montes, fato que aos poucos, está sendo esquecido pela população.

Alguns até se referem ao seu Zé dos Montes, como uma personagem bizarra ou até louca. No entanto, se o castelo for vendido perderá o objetivo para qual foi construído, consequentemente, perde a sua essência.

Para chegar ao local, que é mais uma alternativa de turismo e lazer, um passeio com a família ou amigos e até mesmo com alunos, siga pela BR-226. Quando chegar a Tangará siga direto até o final da avenida principal. Na lanchonete “Dois Irmãos” entre a direita com destino a Sítio Novo.

De Tangará até o castelo são 25 quilômetros. O acesso ao castelo custa R$ 5 reais por pessoa, mas se houver uma programação antecipada e entrar em contato com os guias, para grupos formados com 20-30 pessoas, o preço cai substancialmente. Tem sempre um guia no local.



E, se seu Zé dos Montes estiver de bom humor, você terá oportunidade de conhecer uma pessoa fantasticamente diferente e com muitas histórias para contar. O que poderá nos auxiliar para trabalhar o multiculturalismo com a interdisciplinaridade dos saberes.

No entanto, a desvalorização cultural, artística e turística, faz com que esta obra prodigiosa e incomparável, caia cada vez mais no esquecimento, tornando-se alvo de vândalos, como já aconteceu algumas vezes.

sexta-feira, 18 de março de 2011

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